segunda-feira, 23 de abril de 2012

Sensações e Tecnologias, uma visita ao Museu do Futebol



Exposição "Vestiário"

Para os apaixonados por futebol, o Museu do Futebol é disparado o principal ponto turístico da cidade de São Paulo. Localizado nas dependências do estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, mais precisamente abaixo das estruturas das arquibancadas do estádio conta com dezesseis exposições fixas e uma exposição temporária.
 O Museu proporciona as mais distintas sensações. O prazer de reviver momentos inesquecíveis do futebol, conquistas e derrotas que abalaram os mais fanáticos torcedores de todo o mundo. E aos que ainda não eram nascidos ou que por outros motivos não viveram essas emoções, são convidados a viver etapas do futebol que não acompanharam.
 Ouvir os gritos e sussurros das torcidas que agitam as arquibancadas dos estádios de todo o país impulsionando seus times, ouvir lances e jogadas marcantes da era do futebol no rádio. Sentir a emoção ao assistir lances que marcaram a historia do futebol. Tocar objetos que fazem parte da historia do futebol brasileiro. Apreciar a diversidade de conteúdos, se divertirem com as curiosidades e surpresas do esporte mais popular do mundo.
Único. O futebol é um esporte que independentemente de classe social consegue atingir os mais diversos públicos. Até o mais sedentário e preguiçoso não consegue resistir a uma partida de futebol. Sentir a vibração da torcida, o coração apertar ao assistir a Seleção brasileira perder uma copa do mundo, ao ver seu time predileto ser desclassificado do campeonato, o futebol pode até não ter se originado no Brasil, mas que os brasileiros são os que mais entendem de futebol, isso é indiscutível.
Sensibilidade e tecnologia. Rodeados de novidades tecnológicas, é a sensação que se tem ao entrar neste espeço destinado ao futebol. A exposição temporária “Vestiário” é feita através da tecnologia de Video Mapping, “Uma tecnologia que utiliza recursos visuais na projeção de imagens, criando formas sobre qualquer superfície, utilizando luz, cor e sombra, proporcionando a percepção de volume, esse recurso é explorado principalmente em fachadas arquitetônicas, históricas, ou não, criando um espetáculo de novas imagens”, idealizado pelo fotógrafo Gilberto Perin, Felipe Barbosa, mestre em linguagens visuais e VJ Spetto especialista em Large Scale Projections e Stage Design. Segundo Eduardo Lemos, assistente de comunicação do Museu do Futebol “A exposição busca mostrar aos mais diversos públicos o que rola nos momentos que antecedem os jogos de futebol, o que só jogadores e técnicos vivem. Cada detalhe revela grandes emoções”
 Projeções de luzes e cores remetem a uma viagem nos vestiários dos estádios de futebol, objetos encontrados nos vestiários, camisas, chuteiras, bolas todos com efeitos de luzes que criam novas sensações. Expostos de uma maneira que faz penetrar o olhar, as fotografias revelam detalhes que muitas vezes passam despercebidos aos olhos no dia a dia.
Sentimentos inexplicáveis em um ambiente de sonhos, ganhos e perdas, os vestiários mostram o que acontece nos bastidores de uma partida de futebol. 

Mulheres negras são atitude na política brasileira




Dep. Federal do RJ Benedita da Silva e Dep. Federal de Guarulhos/SP Janete Pietá

É difícil falarmos de uma questão, que supostamente, deveria estar mais do que solucionada, deveria ser inerente e tão natural como qualquer outro tema. Na verdade, não deveria ser uma questão a ser discutida, não na Pós Modernidade, afinal, o racismo é tão presente em alguns indivíduos como um câncer a padecer um enfermo.
Mas o assunto proposto é ainda mais limitado que o próprio racismo. Estamos nos referindo ao dilema da Mulher Negra na política brasileira. Obviamente que devido a todas as transformações de políticas públicas conseguidas com relação a população negra, essa temática não deveria ainda ser pautada, pelo menos não como uma questão de direito.
A política brasileira tem uma defasagem nessa área. Segundo, (Caldwell, 2010), “para alcançar um melhor entendimento da diversidade das experiências das mulheres brasileiras, é preciso dar um maior enfoque para as “diferenças” raciais e para a relação entre raça e gênero.” Ou seja, estamos diante de uma problemática muito mais complexa do que simplesmente o racismo, é conjuntamente uma tacanha e desproporcional temática de gêneros, ainda tão presente na atualidade, mesmo tendo uma Presidente da República mulher.
Existem estudos e tentativas de análises dessas situações desde a década de 1970, com militantes como Fátima Oliveira, Edna Roland, Beatriz Nascimento, Sueli Carneiro, Thereza Santos, Luiza Bairros e Lélia Gonzalez, que sempre tentaram frisar o quão importante e necessária era problematizar e resolver essa disparidade na sociedade. Primeiro enxergamos o problema, o analisamos e damos uma solução, isso se pensarmos de forma lógica, e é o que se faz, contudo entre pensar e agir, existe um abismo de preconceitos à serem quebrados.
Hoje sabemos que apesar de todas as leis e penalidade existentes no Brasil, ser Mulher e Negra, ainda é uma tarefa árdua. Infelizmente, vivemos em um país em que a cor e o gênero é que determinam algumas posições sociais. Entretanto, algumas dessas corajosas mulheres galgaram seus espaços na sociedade e continuam abrindo caminho para outras.
Mulheres como Benedita da Silva e Janete Pietá são exemplos de perseverança e coragem. Mulheres que passaram a fazer parte de um ambiente de dominância masculina para mudar e moldar a visão da sociedade. Com seus projetos que visam causas abrangentes e mais especificas.
A Deputada Benedita da Silva, por exemplo, ao ser nomeada coordenadora da frente dos recursos do fundo do pré-sal ressaltou uns dos objetivos com esse projeto, “Combate a miséria, para a ciência e tecnologia, para educação, para o meio ambiente, saúde e cultura, a criação dessa frente é para somar.” Além de medidas como estas, Benedita por ser ativista do movimento negro e feminista, está sempre relacionada a questões de mulheres negras na sociedade, sendo exemplo de sua própria causa.
Tendo como inspiração Benedita da Silva, dentre outras, é essencial ressaltar a relevância de mulheres determinadas, independente de cor, credo ou classe social, que são as minorias em ambientes de mudança e poder. Neste caso é dever dos meios de comunicação e dos profissionais que atuam nele de divulgar e conscientizar a sociedade a sua tamanha importância.

Trecho Norte do Rodoanel causa polêmica entre engenheiros e ambientalistas


Vista do Parque da Estadual da Cantareira,
um dos locais que será afetado pelo atual  trajeto do Rodoanel

A licença para a construção do trecho Norte do Rodoanel vem mobilizando diversos ambientalistas do país. Após a aprovação feita pelo Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente), em junho de 2011, novas discussões sobre a obra apareceram. Para os ambientalistas, a obra vai destruir parte da biodiversidade da região, já para engenheiros, a construção da via é de extrema importância por uma série de fatores.
A maior preocupação dos especialistas em meio ambiente é o fato de que a obra irá impactar diretamente na fauna e flora da Serra da Cantareira, floresta considerada a maior em área urbana do mundo, com vegetação vasta e diversas espécies de animais.
“A diversidade de animais e árvores nativas nessa região é muito grande. Além disso, existem diversas nascentes que podem ser atingidas” afirma Luciano Ramos, biólogo do Instituto de Botânica e do Parque Estadual da Cantareira.
O biólogo frisa também a preocupação referente aos moradores da região, que terão suas residências desapropriadas para a construção da rodovia, além de problemas com ruído, vibrações, emissões atmosféricas que podem ter efeito sobre a saúde humana, riscos ao patrimônio cultural, histórico e arqueológico.
De acordo com dados do governo e da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), o novo trecho, que fará parte da maior obra viária do mundo, terá 44 quilômetros de extensão e fará a conexão entre as rodovias Dutra, Fernão Dias e Bandeirantes. Pelo trajeto, cerca de 2.000 famílias que ocupam terrenos invadidos da região terão de ser removidas. A escolha que essas pessoas têm é se inscrever em programas de habitação ou aceitarem uma indenização de 40.000 reais cedida pelo Estado.
Para o engenheiro de obras sênior Augusto Portugal, a obra vai melhorar as condições de vida dessas pessoas. “Algumas pessoas que vivem em parte do trecho Norte tem uma condição de moradia muito ruim. Hoje, eles estão em morros, eles não tem infraestrutura nenhuma de habitação, água, esgoto, vias, serviços urbanos. Provavelmente irão para um local melhor.”
Com a construção da via, que foi orçada em 6,1 bilhões de reais, espera-se que cerca de 62.000 carros passem lá por dia, o que irá resultar numa diminuição do trânsito e da poluição na capital. 112 hectares de mata nativa desaparecerão – o equivalente a 160 campos de futebol. Entretanto, a Dersa (empresa responsável), promete reflorestar uma área quatro vezes maior.
De acordo com Portugal, é certo que, com a via no trecho Norte, vai haver grande melhora em diversos fatores da cidade. “Vão ser desviados caminhões das estradas, eles vão pelo rodoanel, contornado a cidade. Tirando o caminhão, vai tirar a poluição causada por ele, o congestionamento devido a outros transportes que existem na cidade, principalmente nas marginais, e vai ter uma qualidade de vida para a cidade um pouco melhor,”
Na Serra da Cantareira está situado o principal sistema de abastecimento de água da capital, além das dezenas de nascentes. A obra, de acordo com o biólogo Luciano, vai impactar não só no ecossistema da região, mas na cidade em geral, pois há um risco para a qualidade de água superficial e subterrânea devido a concentração de poluentes gerados por diversos motivos decorrentes da construção.
Para Ramos, a reivindicação de ambientalistas para que a construção seja suspensa não é exagerada, já que há uma proposta feita por eles para que se estude um novo traçado da rodovia, que passaria mais ao norte, longe dos principais parques ambientais da região.
Já o engenheiro acredita que há uma maneira mais viável de se fazer o traçado sem que haja tanto impacto. “A obra que menos impacta, tanto para meio ambiente quanto para as pessoas, é o túnel. Ele não impacta, por exemplo, na mata, porque a camada de solo que a mata em si precisa é relativamente pequena. Coisa que varia de 2 a 15 metros mais ou menos. O túnel é muito mais profundo, não vai impactar tanto.”

Vegetarianos também podem ser esportistas


Prato sem alimentos de origem animal

Cerca de 17,5 milhões de brasileiros, ou 9% da população, são vegetarianos. Os interesses pelos benefícios deste estilo de vida atraem cada vez mais pessoas, mas ainda é muito comum vermos discussões para saber se é possível ter uma vida totalmente saudável sem o consumo da carne. Além disso, existem aqueles que excluem de seus pratos todos os tipos de alimentos de origem animal, como o ovo e o leite (chamados veganos ou vegans). Se pensarmos então na vida de um atleta, que necessita de uma alimentação estritamente balanceada e controlada, as dúvidas aumentam.
Como sabemos, as proteínas são fundamentais na alimentação dos praticantes de atividades físicas. Mas estudos recentes mostram que o consumo excessivo da carne vermelha é apontado como um dos principais fatores do câncer e diversas outras doenças. Segundo a American Dietetic Association (ADA), a dieta vegana, além de prevenir doenças, ajuda a conservar peso ideal, mantém valores inferiores de pressão sanguínea, de gordura no sangue e de ácido úrico, além de melhor função renal. Em contra ponto, a nutricionista Amada Ganho nos explica que as proteínas vindas de origem animal têm maior absorção por parte do corpo humano devido ao seu alto valor biológico, enquanto as proteínas de fonte vegetal devem ser consumidas em maior escala, já que possuem baixa absorção intestinal.
Entretanto, a nutricionista acredita que é absolutamente possível praticar atividades físicas sem consumir carne. “É possível, desde que esse atleta tenha acompanhamento médico e nutricional constante. Ele precisa realizar periodicamente exames bioquímicos que excluam a deficiência de proteínas e ferro, além dos nutrientes fornecidos principalmente pelo consumo de carnes”. Amanda diz ainda que é preciso ser feita algumas adequações na dieta do atleta, e se mesmo assim este consumo não atingir as recomendações diárias, a suplementação pode ser uma saída. “Não podemos garantir uma dieta equilibrada para vegetarianos, como para pessoas que consomem carne. Todos devem saber que para que não faltem nutrientes na dieta é necessário que se coma todos os outros grupos de alimentos”, conclui a nutricionista.
A professora Mariana Monteiro é vegetariana e dedicou três anos de sua vida ao atletismo. Ela, que treinava no ginásio Poliesportivo Roberto Dick, de Cubatão, alega nunca ter tido nenhum problema de saúde ou alteração no seu rendimento por alguma suposta falta de nutrientes, mas que se consultava com um nutricionista. “Ao acordar, eu comia um lanche de queijo branco e granola. Almoçava arroz integral, feijão, hambúrguer de soja, salada e legumes no vapor. No treino, eu tomava carboidrato e uma barra de proteína. Após o treino, eu ainda ia pra academia, onde eu comia uma banana. À noite, ao chegar em casa, tomava iogurte com alguma fruta”.
Mariana diz que se sente bem em ser vegetariana: “Acho muito mais saudável. Me considero um ser humano menos egoísta por não colocar o meu prazer momentâneo de me alimetar com algo acima daquilo que acho certo”.

Consuma produtos importados sem pagar tantos impostos


Já não há mais novidade alguma em dizer que no Brasil, a maioria dos produtos importados é muito mais caro do que em qualquer outro país. Isso, por conta da carga tributária (quantidade de tributos - impostos, taxas e contribuições-, das três esferas de governo, que incidem sobre a economia do país) que, em menos de dez anos passou de 25% da renda nacional, no qual havia se mantido por mais de duas décadas, para 36%, de acordo com Gustavo Patu, em "A Escalada da Carga Tributária". Na verdade, a maior carga tributária do mundo.
Daí para frente, não fica difícil de imaginar como os brasileiros se sentem diante desta situação, já que mesmo fazendo parte de um país subdesenvolvido pagam até mais do que o dobro pelos produtos importados do que os norte-americanos, que fazem parte da maior potência do mundo. O que a tabela abaixo deixa mais do que evidente.

Diante disto, a pergunta que não quer calar: como não se sentir tão lesado com a quantidade de impostos cobrados e ao mesmo tempo não deixar de usufruir das “maravilhas internacionais”? Rian Barrreto (nome fictício) se fez a mesma pergunta quando começou a trabalhar em um freeshop do aeroporto Internacional de Guarulhos. “Eu via o quanto as pessoas procuravam [por produtos importados], mas nem sempre compravam, pois os valores que as lojas de shopping cobram são abusivos”, conta Barreto, que a partir daí viu a oportunidade de ganhar uma renda extra, comprando produtos importados em outros países e revendendo-os aqui, no Brasil.
 “No começo eu não viajava, costumava comprar no freeshop quando amigos iam viajar”, diz Rian, que agora viaja quatro vezes por mês para repor seu estoque de perfumes, roupas e relógios importados. “No Brasil, normalmente é cobrado mais de 100% sobre o valor real do produto. Enquanto que comprando lá fora você acaba tirando os gastos e ainda sobra em torno  de 30 a 50%, variando o tipo de produto e o país por onde compra”, explica Rian, que consegue faturar em torno de R$4 mil reais por mês.
Entre os produtos que vale mais a pena comprar no exterior, Rian destaca os relógios. “Os valores cobrados aqui no Brasil chegam a 300% a mais do valor de um relógio comprado fora do país, e por ser um produto que não faz tanto volume você consegue trazer tranquilamente”, ressalta.
Mas, nem tudo é um mar de rosas e tentar driblar os impostos abusivos pode trazer alguns problemas como ter de pagar impostos para trazer os produtos para o Brasil ou até mesmo perdê-los ao passar pela Alfândega. “Tudo vai da conversa com o fiscal”, relata Barreto.
No entanto, se sua intenção for a de apenas comprar importados para uso pessoal, as dicas dadas por Rian são: evitar pagar com cartão, pois com o pagamento à vista pode-se obter descontos de até 15%, além de evitar pagar as taxas do próprio cartão; pesquisar preços pela internet; e se informar com amigos que já foram para o destino escolhido, pois normalmente comerciantes gostam de enganar turistas desavisados e suas compras podem ficar mais caras.